Eu sempre fui fã de livros de ficção, aqueles com seres místicos, poderes e imortalidade. Mas o que mais chama a minha atenção é o fato dos personagens terem uma “alma gêmea” inquestionável. Deixe-me explicar.
Nesses livros, quando ‘o’ ou ‘a’ protagonista se apaixona,
eles fazem de tudo para que a relação dê certo. E mesmo depois de poções,
traições, mentiras eles continuam juntos, porque se amam. Isso é, no mínimo,
tosco.
Entretanto, essa é a magia que as pessoas (em especial as
meninas) procuram nos livros. Uma realidade tão... tão... “perfeita” que elas
sabem ser impossível. Isso muda de pessoa para pessoa. O escritor tem o
trabalho de passar o momento que imaginou para a cena e cada um imagina da sua
forma. De algum modo você materializa os objetos, as pessoas, o som e
transforma aquilo em sua realidade momentânea. -Não seria trágico alguém mandar
você lavar louça bem nessa hora?-
Nesse momento quem mais se dá bem são os escritores. Não o
que fez o livro, e sim quem está lendo. Quando você é um escritor você consegue
tirar metáforas de tudo a sua volta. Isso faz com que a alma gêmea
inquestionável e a realidade momentânea fiquem mais perto do nosso mundo.
Um escritor olha pro céu e pensa: “E naquele céu azul que,
por algum motivo do destino, refletia os meus pensamentos vazios, eu vi uma
nuvem. Uma única, solitária e escura nuvem. E ela me fez lembrar como eu me
senti no momento em que entrei nessa escola. Senti-me tão diferente, como se
fosse um gigante numa terra de anões.” Outras pessoas pensariam “Acho que vai
chover.”
Não que um seja melhor que outro. Não. São apenas jeitos
diferentes de ver o mundo. Ás vezes eu queria poder vê-lo um pouco menos
“escritor”. Acho que pouparia algumas decepções. Assim como muitos gostariam de
um pouco mais de metáforas na vida, para deixar ela mais suportável. O jeito é
balancear o tempo de voo e o tempo de voltar à realidade, por mais real que ela
possa ser.
Com amor,
H. O.
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