quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Metáforas


Caro leitor,

            Nessa noite me veio uma epifania. Eu a acolhi de bom coração e irei compartilha-la com você...

           Quando lemos uma cena romântica, os escritores enchem de metáforas na expectativa de tentar explicar o que é o amor. Aquele frio na barriga, borboletas no estômago, o dia vira noite num piscar de olhos. Algo tão difícil e abstrato tinha que ser explicado de uma forma complicada e abstrata.
            Agora pense. Você já leu a narrativa de uma separação? Ela foi cheia de metáforas? Aposto que não né. Porque separações são fáceis e rápidas, principalmente nos dias atuais em que um telefonema não atendido é sinal da terceira guerra mundial.
            Quando um escritor descreve uma separação é simples, não dura uma página se quer. Ele disse que queria terminar, eu insisti e ele foi embora. Viu? Simples não? Agora, a tristeza e o arrependimento não. Isso sim come as páginas dos livros como traças em uma biblioteca. “Eu deveria ter feito diferente”, “Eu ainda amo ele”, “Mas o outro é tão gentil”, “Não sou a mesma de antes”. Sentimentos acompanhados da solidão e da incerteza que trazem a tona os nossos maiores medos.
            Agora me diga: O que é mais fácil de escrever? Encher páginas e páginas de metáforas sobre o céu, a terra, a água e o mar, ou terminar toda uma história em um parágrafo de cinco linhas? Não sei o quanto a você, mas eu prefiro as metáforas...

Com amor,
H. O.

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