Caro leitor,
Nessa noite me veio uma epifania. Eu a acolhi de bom coração
e irei compartilha-la com você...
Quando lemos uma cena romântica, os escritores enchem de
metáforas na expectativa de tentar explicar o que é o amor. Aquele frio na
barriga, borboletas no estômago, o dia vira noite num piscar de olhos. Algo tão
difícil e abstrato tinha que ser explicado de uma forma complicada e abstrata.
Agora pense. Você já leu a narrativa de uma separação? Ela
foi cheia de metáforas? Aposto que não né. Porque separações são fáceis e
rápidas, principalmente nos dias atuais em que um telefonema não atendido é
sinal da terceira guerra mundial.
Quando um escritor descreve uma separação é simples, não
dura uma página se quer. Ele disse que queria terminar, eu insisti e ele foi
embora. Viu? Simples não? Agora, a tristeza e o arrependimento não. Isso sim
come as páginas dos livros como traças em uma biblioteca. “Eu deveria ter feito
diferente”, “Eu ainda amo ele”, “Mas o outro é tão gentil”, “Não sou a mesma de
antes”. Sentimentos acompanhados da solidão e da incerteza que trazem a tona os
nossos maiores medos.
Agora me diga: O que é mais fácil de escrever? Encher
páginas e páginas de metáforas sobre o céu, a terra, a água e o mar, ou
terminar toda uma história em um parágrafo de cinco linhas? Não sei o quanto a
você, mas eu prefiro as metáforas...
Com amor,
H. O.
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